Tendo em vista o atual contexto que enfrentamos, de um quase colapso do sistema de saúde em decorrência da pandemia do novo CoronaVírus (Covid-19); da educação mediada por complexos aparatos tecnológicos, o que envolve o necessário aprendizado de uma nova dinâmica de interação social; a precarização das condições de trabalho de professores e professoras, que na maioria das vezes (no caso das escolas públicas) prestam-se a serviços burocráticos; o mundo cada vez mais atendendo a lógicas neo-liberais, em que predomina a capitalização e a mercadorização das relações sociais, acompanhado do desmonte da coisa pública, que por sua vez é cada vez mais criminalizada e percebida negativamente; enfim, diante esse atual contexto complexo e degradantemente caótico, imaginamos algo que fosse para além do fim do mundo, imaginamos possibilidades de resistências, imaginamos brechas ou, como diz Drummond, a flor que rasga o asfalto. Nós imaginamos vaga-lumes.
“(...) que nós todos tomemos um tal gosto pela liberdade,
um tal gosto pela presença no mundo,
pela pergunta, pela criatividade, pela ação, pela denúncia,
pelo anúncio que jamais seja possível no Brasil
a gente voltar àquela experiência
do pesado silêncio sobre nós.”